AOZORA: maio 2017

Hoje venho falar de algo diferente mas muito importante, e que a maioria ignora, os pneus dos nossos carros.

Todos sabemos que são os pneus que estão em contacto com a estrada, então porque é que ignoramos tanto a qualidade dos mesmos? Provávelmente por falta de informação ou simplesmente falta de interesse.

O que ter em atenção quando mudamos os pneus.

1 - Etiqueta de Pneus UE

O rótulo para pneus normalizado foi introduzido pela União Europeia em 2012. Este rótulo fornece informações sobre 3 parâmetros: aderência em piso molhado, eficiência de consumo e ruído exterior de rolamento.

A aderência em piso molhado é uma das características mais importantes. O rótulo tem uma escala em que "A" indica níveis mais elevados de aderência em piso molhado e "G" indica os mais baixos. Por isso devem escolher sempre um nível mais alto (na minha opinião nunca abaixo do "C").

Uma das coisas que influencia o consumo, é a resistência ao rolamento. Isto acontece porque o pneu deforma quando está a rolar, resultando em perdas de energia através do aquecimento. Quanto menor for a resistência ao rolamento, menor o consumo de combustível e, por isso, menores :emissões (incluindo CO2). O rótulo tem a mesma escala de "A" a "G", sendo "A" o mais eficiente em termos de combustível e "G" o menos eficiente.

O ruído do tráfego é um problema ambiental relevante. Os níveis de ruído exterior estão divididos em 3 categorias e medidos em decibéis (dB).

O rótulo tem a seguinte escala:

- 1 onda de som preta = 3dB inferior ao limite europeu.

- 2 ondas de som pretas = Em conformidade com o limite europeu.

- 3 ondas de som pretas = Acima do limite europeu.

2- Escolha do tipo de Pneu

As diferentes marcas teem diferentes tipos de pneu, por isso temos que escolher aqueles que são mais relevantes para o nosso tipo de condução.

Existem pneus macios e duros. Quanto mais macio for o pneu, mais confortável vai ser a condução (principalmente em estrada de paralelos). Os pneus mais macios aderem muito mais à estrada, logo são os mais seguros e mais confortáveis na condução (especialmente em estradas de paralelos), mas gastam-se mais depressa. Os pneus mais duros teem menos aderência à estrada, são menos confortáveis, mas duram muito mais. O melhor será mesmo o meio-termo.

3 - Alinhamento e calibragem

Sempre que mudarem de pneus, tenham em atenção se mudam também as válvulas (por norma fazem sempre). Peçam sempre para fazer o alinhamento da direção e equilibrar as rodas. O alinhamento incorreto é a causa principal do desgaste prematuro dos pneus. A operação de equilibrar as rodas consiste em colocar pesos e contrapesos nas zonas onde a roda se encontra desequilibrada.

O correto desempenho do carro na estrada depende muito do equilíbrio das rodas. A simples passagem por um buraco na estrada, pode fazer com que a roda fique desequilibrada, mesmo que o pneu não seja afetado.

4 - Data do Pneu

Por último tenham em atenção a data do pneu (está escrita no próprio pneu depois da sigla DOT), pois tem apenas 5 anos de validade. Depois deste tempo a borracha perde qualidades pondo em causa a segurança.

Manutenção do pneu

Para mantermos os pneus "saudáveis" e por conseguinte seguros, devemos ter em atenção:

1 - Pressão de ar dos pneus

Esta deve ser vista regularmente quer se faça viagens curtas ou longas. A pressão incorreta de ar pode danificar e/ou deformar o pneu e mais importante afetar a segurança, uma vez que pouco ar nos pneus aumenta as distâncias de paragem e pode prejudicar o desempenho da condução em aquaplanagens. Por outro lado, muito ar nos pneus faz com que haja uma menor aderência à estrada e um desgaste muito mais rápido. Pode-se aumentar a pressão do ar quando a carga for também aumentada (carro com mais passageiros e/ou malas de viagem). A pressão de ar correta é especificada pelo fabricante, ou seja, depende da marca e do modelo do carro. Esta informação pode ser encontrada numa tabela nos documentos do carro e num adesivo colado na porta.

2 - Desgaste do pneu

A profundidade do piso do pneu é muito importante para a segurança, principalmente em tempo de chuva. Com pouca profundidade aumenta o risco de aquaplanagem (acontece quando o pneu entra em contacto com a água e não com o chão, fazendo-nos perder o controlo). Em Portugal, a profundidade mínima de piso permitida é de 1,6 mm, menos que isto perde-se a segurança. Para verificar corretamente o piso do pneu deve-se estacionar numa superfície plana e regular, rodar o volante 45°, para a esquerda ou para a direita, para se poder ver os pneus da frente. Para facilitar, os pneus têm indicadores no fundo do piso que ajudam a ver o nível de desgaste. Quando o indicador estiver ao mesmo nível que o piso, então chegou o momento de mudar os pneus. Estes indicadores são chamados TWI (Tread Wear Indicador) e são pequenas elevações de borracha presentes nos sulcos (fendas) do pneu, sinalizadas com a sigla “TWI” ou com o desenho de um triângulo.

É importante detetar também, qualquer corte ou outro tipo de deformação nos pneus. Se tal acontecer, o melhor é consultar quanto antes um especialista.